quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Deus e nós 2

Continuação da mensagem da semana passada:

Leitura de Ex 33:9-11

O cristianismo não pode ser uma experiência de fé, sem que haja relacionamentos. Toda vez que nos relacionamos aprendemos quem somos e como podemos viver em sociedade.
Temos a tendência imediata de focar principalmente nos problemas e dificuldades trazidos na vida em sociedade.
Por exemplo: o Medo após uma frustração.
O que o medo tem haver com tudo isso?
Muitos se arriscaram em relacionamentos e saíram feridos e magoados. Esses sintomas normalmente geram pessoas que se apavoram de viver novos relacionamentos e se tornam pessoas frias, insensíveis, com a alma calejada, com dificuldade de amar.

Devo afirmar, categoricamente, a frase de João Wesley: “O cristianismo é essencialmente uma religião social e reduzi-la tão só a uma expressão solitária é destruí-la”.

Precisamos estar abertos aos relacionamentos. Principalmente ao relacionamento com Deus.
A habilidade de se relacionar com Deus não é simples, afinal nós não vemos a Deus.
É difícil relacionar-se com pessoas muitos sabias ou muito ricas, pois existe uma barreira que separa os mundos. Imaginem se relacionar com aquele que é Senhor de tudo.

A história de Einstein,quando ele estava sentado numa mesa e seu assessor disse:
Tem um sujeito ai do seu lado esquerdo que tem QI 280, ou seja, o homem é um gênio. Então Einstein disse “Diga a respeito da Física Quântica e as implicações na epistemologia de Heidegger”. O homem respondeu. Assunto que nós somos incapazes de entender.
Após isso, seu assessor disse: o outro do seu lado direito tem o QI um pouco mais baixo, 98, conversa com ele. Ele perguntou: “O que pensa sobre a distribuição geopolítica dos países imperiais ao redor do mundo”. O outro também conversou a sobre EUA, Inglaterra, sobre Economia, etc.
Por fim,o assessor disse a Einstein, para não ficarmos mal na mesa, o da sua frente tem o QI 64, conversa também com ele, e Einstein lhe perguntou, e aí como está o Flamengo?
Imagina se alguém nos dissesse, quem está sentado ao seu lado é o Todo Poderoso criador de tudo e todos, bate um papo com ele.
Existe uma linha muito tênue entre relacionar-se com Deus e termos reverência. Quando sabemos que Ele é aquele a que todos têm que se dobrar e se calar, todo rosto tem de se curvar, mas ao mesmo tempo ele é nosso pai.
Os anjos do mais alto escalão tremem diante dele e cobrem o rosto perante sua majestade e glória, mas ao mesmo tempo temos a possibilidade de sermos amigos Dele.
Nós somos como o homem de QI 64, diante do Gênio do universo. Então temos uma tarefa de relacionar-se intimamente com Deus. Seguem algumas contribuições:

1 – Temos que ter claro que existem dois movimentos no relacionamento com Deus: Sua Voz e nossa percepção ou nossa reação diante da palavra de Deus. Parece que nós nos apegamos muito as circunstâncias ao nosso redor, pois elas são capazes de tapar nossos ouvidos a voz de Deus. Precisamos escolher, no relacionamento com Deus, ouvir a voz de Deus, essa determinação vai determinar a profundidade do seu relacionamento.

2 – Devemos crer ou nos relacionarmos com Deus sem as evidências,pois isso é a prova que nós confiamos no caráter de Deus. Podemos crer nas palavras de quem falou, Seu caráter é confiável, chamamos esta confiança de fé. Crer na consistência de quem faz a afirmação e não na afirmação em si.
Quanto mais intimo de Deus você for, mais confiança terá e você vai conhecer mais o caráter de Deus, pois você confia em Deus, mesmo que as evidências digam o contrário.

3 – Deus é um Deus de Aliança. Mantém sua palavra e nós devemos nos dispor a obedecer fazendo sua vontade. A Aliança é bilateral. Os Dez Mandamentos é símbolo de um pacto estabelecido por Deus. Por isso insistimos em andar com Deus, pois suas palavras são amáveis e boas, restabelecendo sempre alianças.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Deus e nós

Esta é a primeira parte de uma mensagem que ministrei na Igreja Metodista Central em Bangu no dia 13/10/2009:

Deus é Senhor


Leitura de Ex 32:1

O texto deixa claro que o povo Hebreu estava muito ansioso, e por isso antecipou uma solução para o problema em questão. Isto é, já que Moisés não descia com a vontade de Deus para eles, construiriam um Deus e passariam adorá-lo.

Isso está claro no texto e é de fácil entendimento, mas devemos entender o que estava por detrás dessa atitude.

Moisés era o representante, ou melhor, a voz de Deus para o povo. De Moisés vinham as orientações para que a nação, ainda em fase de formação, pudesse ser o grupo separado por Deus e de onde viria Seu Filho. Mas os israelitas achavam que o Deus de Moisés era muito peculiar, muito diferente dos Deus de onde eles estavam acostumados a ver. O Senhor tinha Sua própria vontade para o povo, que era boa.

Na verdade o povo não estava interessado em seguir a esse Deus. Afinal Ele já tinha feito seu papel, libertou o povo. Agora eles queriam ditar as regras e dizer como as coisas deveriam funcionar.

Certamente, a ansiedade e o sentimento de falsa liberdade se apossaram daquelas pessoas e desejaram viver uma vida segundo seus preceitos. Naturalmente isso os levou a construção de um deus que pudesse fazer aquilo que eles estavam maquinando. Aliás, eles não achavam que estavam fazendo nada de errado, e sim dando a Javé, uma aparência, diferente daquela de Moisés.

Ler versículos 4 e 5 de Êxodo 32

Para eles, eles continuavam a servir o deus que tirou do Egito seu povo. O que eles fizeram foi dar as costas para a vontade do Deus de Moisés e tentaram transformar Javé em um ídolo, ou seja, fazer Javé ser manipulável.

A tentativa de manipulação da vontade de Deus nos faz construirmos um ídolo, por isso jeitinhos não resolvem. Pois quando achamos que Deus demora demais e tomamos decisões achando que, por nossas muitas súplicas ou sacrifícios, colocamos Deus na parede e determinamos o que Ele deve fazer ou não, adoramos a um ídolo e não ao Deus verdadeiro que trabalha para aqueles que ama.

A vontade de Deus não é manipulável. Jesus sabia disso, pois disse: “Passa de mim este cálice, contudo não seja feita minha vontade e sim a Tua”.

É melhor descansarmos em Deus, acreditarmos que Ele tem o melhor para nós e que se ainda o que você pede não aconteceu, talvez não seja tão importante para Deus agora, Ele deseja transformar seu coração antes. Pois sempre esquecemos que as bençãos nos seguiriam e não o inverso.


quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Livro que está me transformando

Estou lendo um livro chamado: "O Evangelho Maltrapilho" de Brennan Manning.

Neste livro algumas coisas são impressionantes e devem ser compartilhada. Gostaria que você se deliciasse com alguns trechos bem bacanas:

Cremos que somos capazes de nos erguermos do chão puxando nossos próprios cadarços — que somos, de fato, capazes de fazê-lo sozinhos.

Mais cedo ou mais tarde somos confrontados com a dolorosa verdade
da nossa inadequação e da nossa insuficiência. Nossa segurança é
esmagada e nossos cadarços, cortados. Uma vez que o fervor passa, a
fraqueza e a infidelidade aparecem. Descobrimos nossa incapacidade de
acrescentar uma polegada que seja a nossa estatura espiritual.

Algo está muito errado.
Nosso afã de impressionar a Deus, nossa luta pelos méritos de estrelas
douradas, nossa afobação por tentar consertar a nós mesmos ao mesmo
tempo em que escondemos nossa mesquinharia e chafurdamos na culpa
são repugnantes para Deus e uma negação aberta do evangelho da graça.

Jesus, que perdoou os pecados do paralítico, reivindicando dessa forma
autoridade divina, anuncia que convidou pecadores, e não os de justiçaprópria,
para sua mesa.

Temos o poder de crer quando outros negam; de ter esperança quando outros
desesperam; de amar quando outros ferem. Isso e muito mais é pura e
simplesmente de presente; não é recompensa a nossa fidelidade, a nossa
disposição generosa, a nossa vida heróica de oração. Até mesmo nossa
fidelidade é um presente. "Se nos voltamos para Deus", disse Agostinho,
"até mesmo isso é um presente de Deus".

A graça nos atinge quando estamos em grande dor e
desassossego. Ela nos atinge quando andamos pelo vale sombrio da falta
de significado e de uma vida vazia... Ela nos atinge quando, ano após ano,
a perfeição há muito esperada não aparece, quando as velhas compulsões
reinam dentro de nós da mesma forma que têm feito há décadas, quando
o desespero destrói toda alegria e coragem. Algumas vezes naquelemomento uma onda de luz penetra nossas trevas, e é como se uma voz dissesse: 'Você é aceito. Você é aceito, aceito pelo que é maior do que você, o nome do qual você não conhece. Não pergunte pelo nome agora; talvez você descubra mais tarde. Não tente fazer coisa alguma agora; talvez mais tarde você faça bastante. Não busque nada, não realize nada, não planeje nada. Simplesmente aceite o fato de que você é aceito'. Se isso acontece conosco, experimentamos a graça.

Encerro aqui uma primeira exposição desse material rico e cheio de graça.

Pretendo lhes dar mais.

Ao pai de Jesus Cristo seja toda glória.