Minha caminhada cristã começou no berço, ainda na maternidade. Aprendi com minha avó, uma senhora humilde que passou por muitas privações materiais na vida, a amar as pessoas. Ela é incrivelmente misericordiosa com os pobres e excluídos. Imagino que cada choro de fome ou frio, dói-lhe a alma. Jamais conheci alguém assim.
Lembro-me certa vez, que numa tarde, um homem maltrapilho e sujo andava pela sua rua, com as roupas rasgadas, quase nu. Muitas pessoas entraram em suas casas e fecharam suas portas. Foi então que vi minha avozinha sair com um prato de sopa nas mãos e uma roupa limpa e cheirosa. Ela lhe ofereceu sua casa para que se alimentasse e se trocasse. E é assim que sempre faz. Acolheu uma mulher grávida que estava debaixo de uma ponte e a colocou em sua casa para morar até que a criança nascesse e então pudesse arrumar emprego. Muitas pessoas a estranhavam. Até porque, nesta época, ela não era cristã declarada. E este é o ponto que quero chegar.
Muitas vezes, como cristãos somos levados a fechar nossas portas para as pessoas com a desculpa de que “o mundo está mais violento, que o mundo mudou, todo mundo agora é 171.” Nosso coração endureceu tanto que somos incapazes de sentir a dor do nosso irmão. Tanta miséria já não nos impressiona mais. É tão comum ver pessoas pedindo nas ruas o tempo inteiro, crianças sendo exploradas, mulheres e homens mendigando e humilhando-se, pessoas com doenças crônicas nos sinais de trânsito com suas receitas, o bêbado que pede mais dinheiro para afogar sua depressão num copo de álcool, o “de menor” que pede dinheiro para sustentar seu vício na cola (na melhor das hipóteses) e pensamos até em dar alguma esmola, mas isso já não nos faz sofrer. Afinal como poderíamos ajudar o mundo todo?
Nossa espiritualidade está diretamente ligada à nossa ida aos cultos na igreja. À busca de oração na casa da irmã que ora de forma poderosa e que Deus fala através dela. Às manifestações espirituais. Não as desprezo, mas preocupo-me quando vejo, não raras vezes, a igreja desprezar os pequeninos do Senhor. Está certo que a salvação não vem por meio das obras, mas com certeza, quem não tiver obras não será salvo. Afirmo isso, com base no texto de Mateus 25.31-46. Jesus é mais uma vez fantástico quando diz: “Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizeste a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizeste.” Imagino, que muitos têm se preocupado com os dons espirituais, com os poderes sobrenaturais, com a adoração exagerada (também sou uma adoradora exagerada), mas poucos se preocupam com os pequeninos do Rei. Dão-lhes o pior lugar na igreja, como diz em Tiago 2 (vale a pena ler).
Minha intenção, ao escrever estas linhas, é dizer que o Senhor Jesus nos prova a todo momento. Ele aparece muitas vezes para ser vestido, alimentado, cuidado, visitado por nós. E, às vezes, estamos tão ocupados com nossa vida espiritual, que esquecemos de fazer o que de fato nos levará ao céu.
“ Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me.” Mateus 25.34.
Por: Magda Cristina
Desde a primeira leitura fiquei comovido e fui elevado para mais próximo do Senhor por este belo texto.
ResponderExcluirTENHO TIDO A OPORTUNIDADE DE AO MENOS TENTAR NÃO ME CONFORMAR COM ESTAS COISAS , E FAZER ALGO PARA MUDAR.CANSEI DE FICAR PARADA, NÃO É TEMPO PARA ISSO.QUERO FALAR DO AMOR DE DEUS MAS PRATICA-LO COM ATITUDES DE AMOR.QUANDO O NOSSO CORAÇÃO DOI E CHORA POR VER VIDAS SE PERDENDO, TEMOS QUE FAZER ALGO, ESSA RESPONSABILIDADE É NOSSA.QUE EXEMPLO BONITO, SUA VÓ SEMPRE FOI CRISTÃ.
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