"Deus - não importa quem ele ou ela seja - nos criou pássaros. Perdidas as nossa asas, o desejo do vôo permanece na alma como sentimentos puro, nostalgia, sobre a qual somente os poetas podem falar - porque eles têm a graça de falar sem aprisionar.
A essa nostalgia do vôo, a esse espanto perante o mistério da vida, a essa capacidade de se comover diante da beleza dou o nome de "sentimento religioso". O poeta William Blake, um místico sem religião, o descreveu como: "Ver um Mundo num Grão de Areia e um Céu numa Flor Silvestre.
Ter o Infinito na palma da sua mão e a Eternidade numa hora..." E esse sentimento pode acontecer mesmo naqueles que não acreditam em Deus. Pois o que é acreditar em Deus? É ter idéias sobre Deus em nossa cabeça. Mas os textos sagrados desprezam o "acreditar em Deus". O apóstolo Tiago observa: "Tu crês que há um só Deus. Fazes bem. Também os demônios acreditam e estremecem ao ouvir o seu nome..." As religiões são as cascas vazias que as cigarras deixam sobre as árvores. A Religião é a repressão sutil das grades de idéias que aprisionam o pássaro. "
Esse trecho do livro Religião e Repressão, de Rubem Alves, mexe muito comigo. Acredito que essa leitura serve para todos. Todos que sentem-se presos nas gaiolas da religião que aprisionam o vôo dos pássaros.
Colocarei partes deste livro aqui, aguardem...
Ao Pai de Jesus seja a glória!
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